quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Flores

As flores que me deste hoje
são flores que se levam a um túmulo.
Do amor nada persiste.
Reminiscências de uma longa jornada
percorrida a dois.

A lâmina que corta e faz sangrar
Foi construída pela mesma mão que plantou a flor,
E, hoje, no campo do não-sentir, perece...

O Sal lançado sobre a terra do meu peito, pelas tuas mãos mornas,
Estereliza as possibilidades
E oxida o amor.

São tempos estranhos esses
Quando lembrar dói e faz o doce pranto rolar
leve, límpido, louco.


Maceió, Dezembro 2014

domingo, 30 de novembro de 2014

Linhas Tortas

Ele escreve.
Em linhas tortas como trilhos,
compulsivamente.
Não mente.
Não mentiu jamais.
Em seu peito banhado de amor
Daqueles que nada tem,
Senão o amor de outros carnavais...

Pessoas cruzam seu caminho
Com olhos de vidro
E ele escreve, apenas escreve,
Obssessivocompulsivamente,
Delirante.
Já não há mais pena que baste para tanto amor.

Doces Palavras


Maceió 29/11/2014



Para o amigo Fernando Tenório, aquele cujas palavras sempre tocaram meu coração de forma doce e singular. Que venham mais linhas tortas como trilhos... Aguardando ansioso seu segundo livro.

sábado, 22 de novembro de 2014

A nova cidade

A cidade cai sobre mim
e com ela a chuva,
que varre do meu peito toda a dor
(que não tem fim).
Em doces gotas, outrora gás,
que escorrem em meu rosto
(Já não tão moço)...
É a nova cidade
que me invade,
abruptamente, sem tomar conhecimento
do que sou ou era.
Da consciência etérea,
pairando acima de seu labirinto de pedra,
ficou o perfume:
Jasmim...



São Paulo
23/11/2014

domingo, 16 de novembro de 2014

Paisagens Internas

Não tirei fotos.
Não tive paisagens,
Além das paisagens internas que me povoam.
São cantos de dor,
De luz.
São frestas de amor
Entreabrindo em meus olhos,
Lugares bonitos.
E coisas que nem enxergo mais,
Posto que são
vidro,
cacos,
Quebrando sem fim na madrugada eterna do meu coração.


Belo Horizonte
16/11/2014